Você tem uma empresa de cartões de papel e digitais. As frases são tão engraçadas e emocionantes que não dá pra comparar com a concorrência.

Um dia, você vai deixar uns cartões de papel numa livraria e vê pessoas lendo livros em braile. De repente, cai a ficha: talvez pessoas com deficiências visuais não consigam aproveitar tudo que seu produto oferece.

Aí você começa a pensar: será que muita gente, inclusive pessoas com deficiência, não consegue usufruir da criatividade e talento do seus cartões?

Mas quanta gente com deficiência existe no mundo? Estudos indicam que mais ou menos 15% da população têm algum tipo de deficiência. Isso é quase 1 bilhão de pessoas. Aprender sobre os tipos de deficiências que existem te ajuda a criar experiências e produtos que beneficiem mais clientes.

Cartões, sushi ou um app que dá nota em entradinhas. Não interessa com o que você trabalha, muita coisa pode atrapalhar o acesso das pessoas à sua empresa.

Por exemplo, você pode ter clientes que precisam usar teclados ou aparelhos externos para conseguir usar seu app no celular ou um programa que lê o conteúdo do seu site em voz alta.

Planejar os produtos e serviços para pessoas com habilidades diferentes, inclusive aqueles com deficiências, se chama acessibilidade. A longo prazo, desenvolver produtos mais acessíveis também pode ser legal para todos os outros clientes.

Tipo, imagina que você programa seu app para ser controlado por voz. Isso é bom para gente com pouca mobilidade nos braços - mas também ajuda uma pessoa sem deficiência que está levando cachorros para passear e com só um braço livre.

Para entender acessibilidade, é legal saber um pouquinho sobre os diferentes tipos de deficiência.

Algumas deficiências são situacionais, tipo não conseguir olhar o celular enquanto você dirige. Outras são temporárias, tipo ter uma enxaqueca horrível e perder a visão por um momento. Também têm outras deficiências permanentes, como a cegueira.

Planejar produtos para pessoas com deficiências permanentes também pode beneficiar pessoas com dificuldades temporárias ou situacionais. Então é melhor pensar nas pessoas com deficiências permanentes na hora de fazer os ajustes que aumentam a acessibilidade.

Muitas deficiências entram em 4 categorias:

Visual: qualquer coisa que atrapalha a habilidade de uma pessoa de ver, incluindo mudanças de cor e luz.

Agilidade: qualquer coisa que atrapalha a habilidade de alguém de usar seu corpo em toda a sua desenvoltura.

Auditiva: qualquer coisa que atrapalha a habilidade de alguém de ouvir.

Cognitiva: qualquer coisa que atrapalha a memória ou a habilidade de usar uma língua, etc.

Deficiências visuais incluem muita coisa. Pode ser baixa visão, cegueira, daltonismo - até não conseguir ver a tela do computador em um dia de sol.

Muitas ferramentas podem ajudar pessoas com deficiências visuais a usar computadores e celulares. Coisa do tipo: funções de zoom em navegadores de internet, ampliadores de tela e programas que aumentam o contraste entre as cores das letras e do fundo.

Também existem programas que repassam o trabalho dos olhos para os ouvidos. Leitores de telas, por exemplo, leem as palavras escritas em voz alta.

Lembra da sua empresa de cartões? Se você tiver configurado seu site para funcionar com tecnologia de leitura de tela, uma pessoa com cegueira pode abrir um cartão online e ouvi-lo.

Deficiências visuais também inclui o jeito como as pessoas vêem as cores, então tente passar informações de mais de um jeito. Tipo, se um usuário colocar a senha errada, coloque um alerta em texto.

Assim como deficiências visuais, deficiências motoras e de agilidade podem mudar o jeito que as pessoas interagem com os aparelhos.

Alguém com lesão de esforço repetitivo (LER), tipo síndrome do túnel de carpo, sentiria muita dor para clicar no mouse. Outras pessoas podem ter dificuldades motoras que não deixem elas usarem telas sensíveis ao toque.

Para acessar conteúdo digital, pessoas com deficiências motoras se viram conectando teclados e outras peças a aparelhos pequenos. Elas também podem usar programas para controlar as coisas por voz ou com os olhos.

Deficiências auditivas vão desde surdez até ter dificuldade de ouvir alguém no celular quando está ventando.

Se for construir uma experiência com muito áudio ou vídeo, pense nos jeitos que alguém que não ouve bem vai consumir aquilo.

Digamos que seu site de cartões imaginário tenha um vídeo de apresentação. Se você colocar legendas ou transcrições pode ajudar quem não entende as locuções ou os diálogos.

Legendas também ajudam quem ouve bem: dá para assistir ao vídeo com o som desligado ou no trânsito. Assim, dá para entender o quanto seus cartões são engraçados e criativos.

Por último, algumas pessoas têm deficiências cognitivas, que afetam o jeito que as pessoas aprendem e entendem as coisas. Para pessoas com deficiências cognitivas, é melhor deixar tudo bem limpo e explicado. Então evite fazer sites muito bagunçados ou coisas com animações e distrações demais.

Dá para fazer algumas coisas para melhorar a acessibilidade para pessoas com deficiências cognitivas, tipo fazer margens clicáveis grandes nos controles interativos do site, ter instruções de passo-a-passo no app ou criar um fluxo organizado para as interações.

Mas esclarecer as coisas é uma forma legal para qualquer pessoa. Assim como deficiências visuais, motoras ou auditivas, facilitar as coisas para pessoas com deficiências cognitivas melhora o acesso de todo mundo.

Um site pode ser um ótimo lugar para começar a melhorar a acessibilidade. Que tal olhar pro seu site atual ou para um site que você gosta e ver se tem como melhorar.



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